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Mãe de Maio do Cerrado - Do luto à luta - Goiás

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O coletivo/movimento Mãe de Maio do Cerrado foi criado em Goiás, no ano de 2018, e reúne familiares de vítimas do Terrorismo de Estado para dizer às autoridades e à sociedade goiana que queremos justiça e vamos lutar por ela. 

 

Somos, em maior parte, mães que perderam seus filhos e lutam para que suas vozes sejam ouvidas. Somos também pais, esposas e outros familiares. Tiveram entes queridos arrancados de nossas vidas pelas mãos de autoridades, que covardemente e ILEGALMENTE perpetraram execuções, atentaram contra a vida, deixaram de prestar socorro. Cruelmente, mataram ou deixaram morrer.

 

Vivemos a falta total de atenção às nossas dores e necessidades, em um país onde a pena de morte é ILEGAL, mas é uma realidade avassaladora. 

 

Nossa luta em Goiás começou com o Comitê Goiano pelo Fim da Violência Policial, que lutava por justiça a respeito das execuções de Pedro Nascimento e Wagner Moreira, praticadas no despejo da Ocupação Sonho Real, em 2005, e agregou diversos casos de assassinatos praticados pela polícia militar na mesma época, como o caso de Murilo Soares, menino de 12 anos desaparecido após abordagem da Rotam. O comitê foi desarticulado após muitas ameaças de morte contra militantes. 

 

A força para a rearticulação coletiva dessa luta veio de dois fatos que ocorreram em maio de 2018 e promoveu a união de várias guerreiras: 

 

- o caso do Incêndio no Centro de Internação Provisória, em Goiânia, onde 10 jovens perderam suas vidas sob custódia do estado, dentro do 7° Batalhão da Polícia Militar do Estado de Goiás, no cumprimento de medida sócio educativa, sem nenhuma ação de socorro por parte de nenhuma autoridade presente. A crueldade dos agentes do Estado nesse caso demonstra a insensibilidade e a banalização da vida por pessoas que têm como função proteger e contribuir para a reabilitação de menores de idade. 

- A participação no III Encontro Nacional de Vítimas e Familiares do Terrorismo de Estado, em Salvador, de uma representante da luta do Comitê Goiano pelo Fim da Violência da Violência Policial.

 

A dor, a indignação e a vontade de ação uniu várias guerreiras dessas lutas no coletivo Mães de Maio do Cerrado, que no ano seguinte sediou em Goiás, o IV Encontro de Familiares de Vítimas do Terrorismo de Estado, um marco para nossa luta, que culminou no destravamento do processo de reparação mínima para as Mães do CIP, uma grande vitória do movimento. Já obtivemos outras conquistas, como o reconhecimento pela justiça, ainda em 2019, da morte de Murilo Soares (15 anos depois de seu desaparecimento) e a nomeação do Parque da Criança, no bairro onde ele morava, em Aparecida de Goiânia, com seu nome. 

 

Não aceitamos a violência policial cotidiana, o racismo institucional, as execuções sumárias, os desaparecimentos após abordagem, a criminalização das famílias periféricas, a violência do sistema carcerário, o encarceramento em massa, a incompetência e a corrupção da segurança pública. Não aceitamos a desvalorização permanente de nossas vidas, que começa na falta de atenção às nossas necessidades mais básicas até a eliminação das pessoas que amamos. 

 

Vivemos a dificuldade de nos manter vivas e ativas após perdas tão dolorosas, mas a união nos fortalece. A vontade de freiar a política de morte que existe em nosso estado nos chama para a ação, porque não queremos mais mães e familiares vivendo a mesma dor que nós. E para isso, nos organizamos para a manutenção da memória sobre as atrocidades cometidas, por responsabilização do Estado, pelo fim da política de extermínio da nossa juventude, pelo fim do racismo.

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Saudade sem fim!!!

Damiana Pinheiro Pantoja 
Mãe de  Douglas Matheus Pinheiro Pantoja
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta./ Go

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Quando se tem um filho arrancado de forma tão dolorosa se perde o brilho de viver. Mas lutar por justiça se faz necessário. "Mãe eu to aqui por algum motivo eu sei q algum dia vamos encontrar sentido nisso tudo". Fala do meu filho em uma das visitas. Demorei algum tempo pra perceber q teria q lutar e buscar justiça por meu filho. Encontrei forças e abrigo nos meus filhos e em outras Mães q tbm perderam seus filhos.

Luciana Lopes
Mãe de Lucas Ranyel Pereira Lopes
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta. /Go

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Quando olho essa foto, sinto um aperto no peito. Você se foi tão menino ainda. Sinto falta do seu sorriso, da sua voz me chamando de tia e pedindo lasanha.  Estou aqui, meu sobrinho querido e nunca vou me esquecer de você.

Edna Maria Rodrigues
Tia de Diego Rodrigues
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta  /GO

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Quando olha essa foto, queria tanto eu que Deus trouxesse meu filho de volta. Meu filho que tão jovem foi tirado de me brutalmente, meu filho que numa curva foi mandado parar e não teve se quer a chance de se indentificar, levando um tiro no peito por um policial sem coração. Ôh meu Deus! desde então eu não vivo eu sobrevivo. Ôh meu Deus! como eu queria ver justiça. Eu acordo sonhando com justiça, eu me pergunto, será que existe mesmo justiça para os pobres nessa terra? Eu sempre me pergunto, será se fosse o meu filho que tivesse matado aquele polícia, hoje meu filho ia está  vivo para contar a história? Como dói ver o policial que tirou a vida do meu filho tomando sorvete na esquina da minha casa. Será se fosse meu filho que tivesse matado aquele policial meu filho ia está tomando um sorvete hoje? Eu quero justiça! Meu filho teve a vida ceifada pelo policial Lucimar Correia da Silva, no dia 9 de setembro de 2017 em Goiânia, eu preciso de justiça.

Adriana Teodoro de Farias

Mãe de Wallacy Marciel de Farias
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta / GO

Essa foto representa minha vida toda, ela lembra a última vez que eu vi meu filho jogando bola, um mês após essa foto meu filho  desapareceu após uma abordagem policial, hoje são 15 anos sem notícia do meu filho,  o que eu tenho em mãos é um certidão de óbito, que o juiz me concedeu 15 anos após a polícia de Goiás ter sumido com o meu filho. Então essa foto lembra o dia que minha vida acabou, são 15 anos de  saudade, sofrimento e busca pelo meu filho.

Maria das Graças  Soares Lucena 
Mãe de Murilo Soares
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta. /GO

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Meu filho olhando essa foto ela me trás tantas memórias boas dos quase 25 anos que Deus deixou você comigo,  quanta saudade meu filho  ainda não estou acreditando que você se foi. Só quero justiça. 

Zilma Dias Ferreira
Mãe de Jonathan Dias Ferreira
Movimento Mães de maio do cerrado do Luto a Luta /GO

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Essa foto é tudo  pra mim ,porque é  só atravez dela que vejo o meu filho  amado, porque sentir ele eu sinto  a todos os momentos, meu amado eterno ❤💔
Cleunice Lourenço
Mãe de Daniel de Freitas Batista 
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto  a Luta / GO

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Marciel e Kairo

É  difícil suportar a dor da despedida.quando a partida é  pra nunca mais  voltar. Meus filhos tem noite que eu não consigo dormir a saudade vem rasgando tudo. Já não tenho lágrimas mais para chorar, sinto um vazio enorme meus filhos, muita tristeza já não sou como era antes. Minha alegria  de viver foi junto com vocês no dia de suas partidas. Fico noites acordada pensando como vou fazer  para acabar com essa saudade misturada com dor. Que saudade da época em que vocês entravam em casa me procurando empolgados e me chamavam gritando mãe!!

Emília Lima
Mãe de Marciel Lima e Kayro Lima
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta. / Go

Meu filho quando olho essa, foto, lembro do seu jeito de ser. A saudade em me é constante  quanta falta você me faz. Te amo para sempre.

Marilene Martins de Araujo
Mãe de Elizeu de Araújo
Movimento Mães de Maio do Cerrado do Luto a Luta / Go

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Meu filho olhando essa foto ela me trás tantas memórias boas dos quase 25 anos que Deus deixou você comigo,  quanta saudade meu filho  ainda não estou acreditando que você se foi. Só quero justiça. 

Zilma Dias Ferreira
Mãe de Jonathan Dias Ferreira
Movimento Mães de maio do cerrado do Luto a Luta /GO

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